quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Oitava Bienal Internacional de Arquitetura



Casa Paraty – Studio MK27

Duas caixas de concreto em balanço e isoladas, incrustadas na encosta. Essa é a descrição, em linhas gerais, da proposta de Marcio Kogan, apresentada na 8 bienal internacional de arquitetura, para a casa de veraneio em Paraty. No volume mais próximo do mar ficam o estar e os serviços; no outro estão os dormitórios. Independentemente do programa, os projetos resultam em caixas.
Essas poucas palavras simplificam ao extremo a obra, que ao ter lapida suas caixas, revela uma linguagem em franca evolução. O trabalho é marcado pelas caixas de alvenaria branca e massa raspada, pelo apuro no detalhamento minimalista e pelos espaços internos baseados em percursos e surpresas, além do uso de generosas aberturas horizontais. A volumetria das caixas pouco a pouco ganham pureza geométrica, com leitura mais direta. Seguindo a linha de rasgos horizontais, Kogan se inspirou nas janelas corbusierianas em fita, que rompem os volumes com força. As caixas na ilha fluminense perdem um dos fechamentos laterais - o que está voltado para o mar - e as aberturas transformam-se no vão do volume, o que intensifica a relação interior/exterior. Na caixa mais alta, a vedação dos dormitórios é feita com ripas irregulares de eucalipto, colocando em cena, a habilidade do projetista com o uso dos materiais. 

Por: Flávia Elisa


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